No passado fim-de-semana, dias 28 e 29 março, decorreu o 10º Censo de Milhafres. Este projeto é coordenado anualmente pela SPEA e procura obter informação de base sobre as populações de milhafres/mantas (Buteo buteo rothschildi) existentes nos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Ao contrário de outras, esta espécie não tem sido alvo de estudos biológicos aprofundados, pelo que esta iniciativa se reveste de grande importância, principalmente dado o seu papel essencial nos nossos ecossistemas, por exemplo, enquanto agente controlador de pragas, como os ratos.
De acordo com a SPEA, em 2014, as ilhas com maior número de milhafres/mantas avistadas por quilómetro percorrido foram a Graciosa, o Faial e São Miguel. As ilhas com menor número foram Porto Santo e Santa Maria. Este ano foram muitos os voluntários a participar neste estudo, veremos depois os resultados. Nos Açores, entre 2006 e 2014, foram registadas 4126 milhafres, graças ao apoio de 1083 voluntários, com 499 roteiros, totalizando assim 12 044 Km percorridos.
A Associação Os Montanheiros, tal como em anos anteriores, marcou presença no censo de milhafres, com alguns colaboradores quer na ilha Terceira e também este ano, em S. Jorge.
Na ilha Terceira, foram percorridos em dois dias 53,5Km e foram avistados um número total de 44 milhafres, isoladamente ou a interagir entre si, em voo ou pousados em postes de eletricidade e em habitats que variavam entre a floresta e pastagem. O bom tempo contribui muito para estes bons resultados.
Esperemos que esta ave emblemática para os Açores, mantenha bons níveis populacionais e que ajude no equilíbrio do ecossistema.