Para alguns o movimento ambiental começa com os poetas românticos britânicos, que no século XIX exaltaram as belezas da natureza, ou quando o americano Henry Thoreau prega o retorno a uma vida regrada pelos valores da natureza. Com a industrialização, as guerras mundiais, a era nuclear, a globalização e a sobre-exploração de recursos naturais, os problemas acentuaram-se. Hoje respeitar os ecossistemas para proteger a saúde humana e o meio ambiente tornou-se numa prioridade coletiva.
A 5 de junho de 1972, devido a essa preocupação sobre o uso saudável e sustentável do planeta e dos seus recursos, a ONU promove a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo. Desta conferência surgiu o Programa das Nações Unidas para o Ambiente, que tinha por objetivo coordenar as ações internacionais de proteção do ambiente e de promoção do desenvolvimento sustentável. Foi ainda ratificada uma Declaração Final, com 19 princípios que assentam na necessidade de “inspirar e guiar os povos do mundo para a preservação e melhoria do ambiente humano”. Foi este manifesto que estabeleceu as bases para a nova agenda ambiental das Nações Unidas.
Consta desta declaração as seguintes palavras: “Através da ignorância ou da indiferença podemos causar danos massivos e irreversíveis ao meio ambiente, do qual a nossa vida e bem-estar dependem. Defender e melhorar o meio ambiente para as atuais e futuras gerações tornou-se uma meta fundamental para a humanidade.”
A partir de 1974 o dia 5 de junho começou a ser comemorado como o Dia Mundial do Ambiente ou, mais corretamente, Dia Mundial do Meio Ambiente. Todos os anos mais de 150 países participam nas comemorações deste dia. A Colômbia foi o país escolhido para receber as celebrações em 2020, sob o tema “Biodiversidade”, que irão ocorrer na sua maior parte, de forma virtual por causa do risco de contaminação com a Covid-19. É referido como o país com maior biodiversidade do mundo, nomeadamente em espécies de aves e de orquídeas e o segundo país com maior número de espécies de plantas, borboletas, peixes de água doce e anfíbios.
Este ano também se celebra o início da Década das Nações Unidas para o Restauro dos Ecossistemas (2021-2030), uma iniciativa para ampliar a recuperação dos ecossistemas degradados e destruídos, como parte do combate à crise climática.
Estas comemorações deste dia preenchem-se com ações que visam sensibilizar a população para a importância de agirmos em prol da salvaguarda do planeta. Só temos este e é urgente tomar medidas para preservá-lo. Se as prioridades atuais de alguns governos, no aspeto ambiental, estão voltadas para as grandes catástrofes como são os incêndios, para conflitos sociais que implicam êxodos de populações, ou alterações climáticas, cabe-nos a nós cidadãos contribuir trabalhando para a diminuição da nossa pegada ecológica.
Infelizmente este ano as câmaras municipais, ONGs e outras entidades públicas e agentes sociais, não organizaram as atividades habituais, muito voltadas para as escolas para incutir nos mais jovens, desde cedo, comportamentos ecológicos e responsáveis. Vão desde a recolhas de resíduos na natureza, conferências, workshops, ações de reflorestação, caminhadas e outros. Este ano, com as restrições impostas pela Covid19, destacamos 2 ações ambas online, que acontecem hoje, dia 5 de junho: O lançamento do “Guia Prático da Fauna Terrestre dos Açores” pelo Instituto Açoriano de Cultura, pelas 18:30, com transmissão ao vivo em https://www.facebook.com/institutoacorianodecultura/, e a conferência web “Mais Ambiente, Mais Açores” transmitida no canal dos Parques Naturais dos Açores https://www.youtube.com/channel/UC6QGmugmUAgu4AaSY7VDm3A, organizada pela Direção Regional do Ambiente.
Como refere António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas: “Devemos colocar a Natureza onde ele deve pertence, que é no centro das todas as nossas decisões.”
https://www.un.org/en/observances/environment-day
https://www.worldenvironmentday.global/