Situação

A Furna d’Água é uma gruta de origem vulcânica, situada no lado Oeste da Caldeira Guilherme Moniz, entre o Pico Espigão Barreiro e o Pico da Cruz, passando por debaixo da estrada que liga a Via Rápida Angra-Cabo da Praia ao Cabrito. As suas coordenadas U.T.M. são 4843/42845, ficando as suas entradas na proximidade da grande lagoa artificial situada ao Cabrito, a cerce de 1.300 metros do entroncamento com a Via Rápida.

História

A Furna d’Água deve o seu nome à existencia de abundância de fontes de água no seu interior, as quais já eram conhecidas em 1838. Nessa altura, a então edilidade da vila de São Sebastião, dirigida por Francisco Ferreira Drumond, fez vistorias à Furna do Cabrito à Furna d’Água com vista ao aproveitamento das suas águas.
Segundo o auto dessas vistorias foi decidido pela captação e condução das águas da Furna do Cabrito, mas não da Furna d’Água. Pois a captação e condução das suas águas era dificil. A Câmara Municipal de Angra do Heroîsmo, considerou em 1945 a possibilidade da captação dessas águas, mas o projecto parece que não foi por diante.
Em 1867, Frank Fouqué, em visita à ilha Terceira para estudar a erupção submarina da Serreta, descreve um túnel de lava à entrada da Caldeira Guilherme Moniz, considerando-o como um dos mais bonitos por ele visitado. Pela sua descrição parece tratar-se da Furna d’Água.
Só em 1 de Setembro de 1953, a então Junta Geral, deu inicio às obras de captação das águas da Furna d’Água e retoma da captação das águas da Furna do Cabrito.
Para além do abastecimento hídrico público, essas águas serviam para mover as centrais hidorelétricas da Nasce Água, S. João de Deus e Jardim Duque da Terceira, as quais ainda funcionam quando há excedentes.
Actualmente são os Serviços Municipalizados de Angra do Heroîsmo que fazem a manutenção e exploração de ambas as grutas, sendo a água usada essencialmente para abastecimento público. Estas duas grutas constituem a maior fonte de água da Ilha Terceira.

Descrição

A gruta tem actualmente 560 metros, incluindo os túneis abertos pelo homem. Tirando estes, calcula-se que o comprimento original da gruta fosse de 458 metros.
A gruta possui três ramificações para a sua direita, tendo a primeira 97 metros de comprimento, sendo os seus últimos 37 metros artificiais. É no extremo deste túnel artificial que se que se localiza a actual entrada da gruta.
As restantes ramificações possuem 28 e 54 metros respectivamente.
A largura da gruta varia entre os 9,5 metros e os 0,5, sendo a sua altura máxima de 9 metros.

Morfogénese

A gruta formou-se no derrame de lava que transbordou da Caldeira Guilherme Moniz em direcção á freguesia da Feteira. Julga-se que isso sucedeu há 2.000 anos. Trata-se do túnel oco deixado após a passagem da última escoada lávica. Durante a sua génese parece ter havido estrangulamento da corrente de lava, correspondente ao inicio da gruta, que separou esta da Gruta dos Ratos. Apesar das muitas obras já decorridas no seu interior, é ainda possivel observar sinais de bancadas de lava, estalactites de refusão, lava do tipo “pão de milho” (na última sala da gruta) e lava aa (crista central do chão da gruta). Chama-se à atenção de que partes da gruta foram submetidas a explosões, com consequente destruição das suas paredes, tecto e pavimentos originais para passagem das condutas de água existentes no seu interior.